O saudoso Prof. Pedro Henrique Berkenbrock nasceu em 1º de outubro de 1938, na localidade de São Luiz, em Imaruí, Santa Catarina.
Filho de um humilde agricultor e caçula de uma família de nove irmãos, era irmão de Albertina que faleceu em 15 de abril de 1931, quando estava a procura de um boi de seu pai, foi agredida por um empregado que tinha a intenção de violentá-la, mas nada conseguindo acabou por degolá-la com um canivete. Por defender a sua honra, ganhou fama de mártir e santa e muitas são as pessoas que peregrinam até seu túmulo pedindo e alcançando graças. Foi beatificada em 19 de outubro de 2007 e poderá se tornar a primeira santa genuinamente brasileira.
Pedro Henrique ingressou no seminário aos 12 anos de idade, contrariando a vontade de seu pai. Mas embora houvesse resistência e muita tristeza pela sua partida, o garoto seguiu seu caminho, pois deseja muito estudar.
Começou a cursar o Seminário São José de Rio Negrinho, freqüentando mais tarde o Seminário Sagrado Coração de Jesus de Corupá, onde concluiu o curso ginasial. Em 1958 deixou o seminário para o sacerdócio, ingressando ao mesmo tempo no noviaciado de Jaraguá do Sul, onde ficou por um ano. Esta etapa de estudos o marcou profundamente, pois a religiosidade sempre foi uma constante em sua vida. Em 1961, regressou a Rio Negrinho, após ter sentido que sua vocação não era o sacerdócio e sim a educação.
Permaneceu na cidade como professor do Ginásio São José e da Escola Técnica de Comércio, até que resolveu, em 1964 continuar seus estudos. Decidido, viajou para Curitiba, onde passou a lecionar no tradicional Colégio Bom Jesus e continuando, ao mesmo tempo, seu curso superior. No entanto, Pedro Henrique havia deixado saudade e admiração dos rionegrinhenses. Naquele mesmo ano, foi procurado pelo PE. Luiz Gonzaga Steiner, pelo SR. Péricles Porto Virmond e pelo Sr. Álvaro Spitzner para que retornasse a cidade de Rio Negrinho.
Pedro Henrique atendeu ao apelo e retornou, assumindo a direção do então Ginásio São José, hoje transformado em colégio, do qual foi diretor e administrador até seus últimos dias.
Em 1964, quando retornou a Rio negrinho, iniciou namoro, tendo contraído matrimônio com Marília de Vasconcellos Kruger em 15 de dezembro de 1965, sendo que desta união resultou o nascimento de patrícia Berkenbrock, Luis Henrique Berkenbrock e Pedro Paulo Berkenbrock, hoje também de saudosa memória.
Suas atividades não se resumiram ao magistério.. Professor Pedrinho chegou a tentar um mandato político ao candidatar-se a prefeito pela extinta ARENA, não conseguindo se eleger. Foi também o primeiro líder das grandes gincanas de Rio Negrinho, defensor e praticante de um grande número de modalidades esportivas. Além disso, foi defensor intransigente das causas comunitárias, tendo participado ativamente da vida cultural de sua cidade. Foi um dos fundadores da Escola de Pais do Brasil, em Rio Negrinho.
Seu grande mérito foi fazer do Colégio São José, estabelecimento exemplar, atraindo a atenção das personalidades ligadas à educação em Santa Catarina e também de ter conseguido verbas para construir o primeiro Ginásio de Esportes coberto de nossa cidade, que recebeu o nome de Ginásio de Esportes Osny Vasconcellos.
Seu espírito empreendedor foi responsável por grandes conquistas na área do ensino rionegrinhense. O professor Pedrinho, como era cham,ado, sempre soube contornar as situações difíceis e elevar o padrão do Colégio são José, fazendo o estabelecimento ganhar relevo no contexto educacional catarinense. Conseguiu ainda, atender a uma das maiores aspirações dos estudantes rionegrinhenses, fazendo retornar o Curso Técnico de Contabilidade atraindo alunos das cidades vizinhas.
Em conversas com amigos, Professor Pedrinho revelou que seu patrono e mentor espiritual era São Pedro, o apóstolo. E Explicou: “ele era mais ou menos como eu. Era humano, tinha problemas, traiu Jesus, mas depois soube se arrepender e por isso foi nomeado Papa. Não foi o santo que nunca Errou. Sou humano, procuro fazer aquilo que posso fazer, mas sei que não sou perfeito”.
Professor Pedrinho faleceu dia 7 de março de 1981, aos 42 anos de idade, depois de uma partida de futebol com amigos, quando foi vitimado por um ataque cardíaco fulminante.
Grande homem, grande pai, grande amigo, grande educador. Professor Pedrinho é uma pessoa que por todo o carinho que teve com todos que o conheceram será sempre lembrado e impossível de ser esquecido.